26/07/2022
Em 22 de abril de 1915, as tropas alemãs surpreenderam os soldados e aliados ao longo do front ocidental ao lançar mais de 150 toneladas de gás clorídrico contra duas divisões francesas em Ypres, Bélgica. Foi o primeiro grande ataque a gás que devastou as linhas aliadas.
Imediatamente após o ataque, a França e o Reino Unido começaram a desenvolver suas próprias armas químicas. Com os alemães tomando a dianteira, um extenso número de projéteis preenchidos com substâncias letais poluíram a trincheiras da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O gás mostarda, introduzido pelos germânicos em 1917, não precisava ser inalado para causar problemas, ele queimava a pele, causando bolhas enormes - ocasionando infecções fatais.
Em 1925, os países que tinham usado armas químicas assinaram o Protocolo de Genebra, que estabeleceu o uso como crime de guerra. Mesmo assim, boa parte dos envolvidos mantiveram estoques do gás mostarda para pesquisas em busca de antídotos. Uma dessas pesquisas, na Universidade de Yale, focou num efeito específico: a redução no número de glóbulos brancos, que tornava as infecções mais severas. Como nas leucemias ocorre uma multiplicação desenfreada das células brancas, veio a ideia de empregar um derivado do gás, a mostarda nitrogenada, como tentativa de tratamento.
É isso. Um composto empregado pela primeira vez como agente assassino acabaria, por linhas tortas, dando origem a um tratamento para salvar vidas.
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