Estima-se que 35% do PIB mundial depende da catálise de reações químicas.

Estima-se que 35% do PIB mundial depende da catálise de reações químicas.

02/08/2022

No século 19, a química era uma ciência jovem, e muitos conceitos que hoje fazem parte daquele conteúdo tedioso de vestibular eram novidades excitantes. Por exemplo: se você colocar peróxido de hidrogênio (H₂O₂) em um vidro com prata, ele se separa repentinamente em água (H₂O) e oxigênio (O₂); e com a prata, nada acontece, o metal permanece idêntico.

Em 1835, o químico sueco Jacob Berzelius percebeu que havia um padrão nesse experimento e, assim como a prata, outras substâncias participavam de reações químicas apenas incentivando a transformação, mas ao final do processo, permaneciam intactas. Berzelius batizou essas substâncias de catalisadores.

Enzimas, por exemplo, guiam e facilitam quase todas as reações químicas que mantêm nosso corpo funcionando. Elas digerem os alimentos, processam aquela ressaca no fígado e fazem cópias do material genético quando uma célula se multiplica.

As indústrias, como os seres vivos, têm muito interesse em acelerar e controlar reações químicas. Muitas áreas de pesquisa dependem da capacidade de construir moléculas que possam formar materiais elásticos e duráveis, armazenar energia em baterias ou inibir a progressão de doenças. Imagine, por exemplo, o quanto seria difícil fabricar um remédio em larga escala se não houvesse uma maneira confiável de forçar duas moléculas a reagirem para formar uma terceira?

Por isso, farmacêuticos, engenheiros e muitos outros profissionais usam catalisadores no dia a dia, que podem ser metais, enzimas ou um terceiro tipo, descoberto há pouco mais de 20 anos, a organocatálise assimétrica. Atualmente, estima-se que 35% do PIB mundial dependa direta ou indiretamente da aceleração artificial de reações químicas.

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